segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Estética Perfeita

Pessoas procuram produtos mais naturais em prol da beleza

Gisele Ratuchinski

Músculos definidos, barriga sarada, busto e pernas invejáveis, atualmente, quem não entra neste padrão é considerado fora de forma. A busca pelo “corpo perfeito” não mede esforços, sendo considerado por muitos médicos como fator de risco para a saúde. Várias pessoas ultrapassam os limites dessa busca e compram a idéia de que obter aparência de modelo é mais importante do que a manutenção da própria saúde. “A mídia é a grande culpada por essa incessante busca, vivemos numa época na qual a aparência conta muito. É o tempo do consumo e do prazer imediato. A estética ‘perfeita’ mostrada através das mídias: TV, revistas e cinema, como um sinal de sucesso e felicidade, que leva a maioria das pessoas, principalmente mulheres, a conseguirem a qualquer custo essa ‘suposta’ felicidade, gerando frustrações imensas quando o objetivo não é atingido”, relata a endocrinologista e metabologista Fernanda Peduti Batista Halah. A mesma opinião é da psicóloga Maria Cecília Santoro referindo-se ao estereótipo criado pela grande mídia. “Nossa cultura exige isso, para ser aceita a mulher passou a cultuar o corpo de forma exagerada, a diferença entre o saudável e a doença está exatamente ligada nessa medida, se cuidar faz bem, é supersaudável, mas tem que ser na medida certa; e outra, a pessoa precisa cuidar dos outros pilares que regem a vida, como a espiritualidade, o lado emocional, a afetividade, a cultura etc. O que não concordo é que a pessoa foque só o físico, com isso muitas vezes alguém que é perfeita fisicamente, torna-se vazia, fútil e sem cultura”.
Várias são as formas de manter o corpo sempre esbelto e não faltam alternativas para cada gosto. Com o objetivo de alcançar benefícios à saúde, a ingestão de 2 a 3 litros de líquidos/dia. A água, sem dúvida deve ser a principal fonte, mas pesquisas sugerem que 05 a 07 xícaras de chá também podem ser uma boa opção. Esta recomendação está de acordo com a proposta pela American Diabetes Association ADA (1999), que sugere o consumo de 4–6 xícaras/dia para a redução do risco de câncer esofágico e gástrico, explica a endocrinologista Fernanda. Para complementar a nutricionista Débora Savassi, afirma que os efeitos dos chás nas doenças cardiovasculares são ainda mais impressionantes. “O chá age diminuindo os níveis de colesterol, pressão arterial, protegendo as lipoproteínas LDL - colesterol da oxidação, mais conhecido como o colesterol bom e reduzindo a agregação plaquetária. Vários estudos epidemiológicos têm demonstrado menor taxa de doença cardiovascular e mortalidade entre consumidores de chás.” Débora ainda cita que alguns efeitos dos chás agem na diminuição do câncer.
Aliado para a perda de peso
Foi o tempo que chá era coisa da vovó, hoje passou a ser consumido por pessoas de todas as idades. O chá branco é derivado da mesma erva do chá verde, a Camellia Sinensis, porém ele é extraído da planta mais jovem, antes de florescer, sendo utilizadas as folhas e os brotos. É dito, portanto, que produz efeitos mais potentes, expõe a endocrinologista Fernanda, especificando que o chá branco auxilia na perda de peso. “Tanto o chá verde quanto o branco podem ajudar no processo de emagrecimento, pois a cafeína é termogênica, isto é, aumenta o gasto energético e acelera o metabolismo corporal. Sabe-se também que a planta tem efeito de acelerar o metabolismo e a queima de gordura corporal. Estes efeitos são potencializados quando, aliado à ingestão dos chás, aumentamos a atividade física. O chá branco também é diurético, diminuindo a retenção de líquidos.”
O chá branco possui propriedades terapêuticas e cosméticas, mas deve ser usado acompanhado de dieta e atividades físicas, não produzem efeitos “milagrosos”, ressalta a farmacêutica industrial e bioquímica Vânia Arruda. Vânia destaca que mesmo sendo um chá, deve ser consumido com moderação “de preferência até o fim da tarde por volta das 18h, por causa da cafeína. Ingeri-lo mais à noite pode causar insônia.”
Entretanto diante do comentado fica um questionamento, será que vale a pena se martirizar para alcançar um corpo perfeito? “O ideal seria que a pessoa se cuidasse para ela mesma, ficando bonita na medida dos seus próprios valores, e não para agradar a sociedade. E que trabalhasse a beleza e a grandeza internas também, tornando-se assim uma pessoa centrada. Acredito que qualquer tipo de obsessão é doentio e que aquilo que faz bem a saúde física e emocional, é sempre o equilíbrio”, enfatiza a psicóloga Maria Cecília.