segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Compras, compras e compras

"No mercado financeiro, o crédito nunca foi tão facilitado, com prazos elásticos e empréstimo rápido. O apelo para a compra é crescente, muitas vezes dando um sentido de identidade para pessoas", afirma Márcia Tolloti, psicanalista e autora do livro As Armadilhas do Consumo (ed. Campus). E não há problema algum em se exceder nes se quesito esporadicamente, mas deve-se ter atenção quando ele se torna regra e passa a comprometer as finanças.
Para escapar desse tipo de situação, não basta tirar o cartão de crédito da bolsa. É importante perceber as razões que detonam o exacerbado impulso para consumir. Os especialistas apontam que por trás do desejo de gastar desenfreadamente podem estar, entre outras coisas, a carência e a dificuldade em lidar com uma série de sentimentos, como a insegurança.
A psicanalista Márcia Tolotti sugere um caminho: "Muitos acreditam que não podem suportar tristezas, frustrações e desilusões, então compensam comprando na esperança de preencher a alma". A solução? "Faz parte do ser humano a sensação de falta. Mas ela é passageira, assim como a satisfação. Se conseguíssemos compreender isso, suportaríamos mais a angústia. A percepção do vazio, inclusive, é combustível para lutar, crescer, se conhecer e buscar um sentido para a vida", argumenta a psicanalista.
Enfim, ninguém está dizendo que você deve parar de comprar. Mas a chave é, mais uma vez, moderação e discernimento sobre a real motivação. Vale saber que, além da chance de se endividar, o excesso de compras produz também um efeito nada agradável: pilhas e pilhas de lixo. Portanto, uma sugestão: se pintar o baixo-astral, guarde o cartão de crédito. Esse é um bom negócio!

Fonte: www.planetasustentável.abril.com.br

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